
A fotógrafa Nati Olegario viveu momentos de pânico ao ser atacada pelo próprio cachorro de estimação, da raça Chow-Chow, dentro de casa. Segundo relato da própria tutora nas redes sociais, o caso ocorreu enquanto ela fazia carinho no animal — um gesto rotineiro das manhãs — quando foi surpreendida por uma mordida no rosto que arrancou parte de seu lábio superior.
“Foi uma mordida só. Mordeu, saiu e acabou. Já senti escorrendo e coloquei a mão. Meu marido estava do lado e já pulou assustado”, contou ela em vídeo publicado no Instagram, que rapidamente viralizou.
Ao perceber a gravidade do ferimento, Nati correu para o banheiro e, em seguida, foi encaminhada ao hospital, onde recebeu medicação e passou por um procedimento de sutura. O cão foi levado ao Centro de Zoonoses e segue em observação, diante da suspeita de raiva. Equipes de saúde monitoram o animal enquanto aguardam os resultados que possam confirmar ou descartar a infecção.
Além do trauma, o caso reacende debates sobre o comportamento animal, especialmente em raças consideradas primitivas, e a necessidade de os tutores reconhecerem os limites e sinais de alerta dos pets.
Cães primitivos: instinto e respeito ao espaço
Raças como Chow-Chow, Akita, Shiba Inu e Basenji são conhecidas como “cães primitivos”, pois mantêm comportamentos mais próximos dos seus ancestrais selvagens. São animais com tendência à independência, territorialismo e baixa tolerância a manipulações excessivas.
O Chow-Chow, em especial, é leal ao tutor, mas pode reagir negativamente quando se sente invadido ou pressionado. Isso não significa que sejam cães violentos, mas sim que exigem uma convivência baseada em respeito e leitura atenta da linguagem corporal.
O corpo fala antes da mordida
De acordo com especialistas em comportamento canino, os cães sempre demonstram sinais de desconforto antes de morder. Orelhas para trás, corpo rígido, rabo erguido ou travado, rosnados abafados e até bocejos e desvio de olhar são alguns dos avisos mais comuns.
Ignorar essas pistas — muitas vezes por falta de conhecimento ou excesso de confiança — pode acabar em acidentes, como o que ocorreu com Nati.
O erro da humanização excessiva
Muitos tutores confundem carinho com liberdade ilimitada de contato. Beijos, abraços apertados e carinhos insistentes podem ser invasivos para o animal, especialmente em raças que não toleram esse tipo de aproximação repentina.
Casos como esse mostram a importância de educar os tutores sobre o comportamento canino e, em especial, sobre as necessidades específicas de cada raça. A orientação de profissionais da área também é essencial para prevenir situações traumáticas tanto para humanos quanto para os próprios animais.