
O uso de cheques no Brasil segue presente, mesmo com a consolidação de meios eletrônicos como o Pix. De acordo com dados da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), no primeiro semestre de 2025 foram compensados 50 milhões de cheques, totalizando R$ 211 bilhões em operações.
O número representa uma queda de 21,9% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram processados 64 milhões de cheques, equivalentes a R$ 236 bilhões. Os dados são do Sistema de Compensação de Cheques e Outros Papéis (Compe), regulado pelo Banco Central.
Para efeito de comparação, no mesmo período, o Pix registrou 37 bilhões de transações, somando mais de R$ 13 trilhões em valores movimentados. No dia 5 de outubro, o sistema bateu recorde ao contabilizar 290 milhões de transações em um único dia, totalizando R$ 164,8 bilhões.
Apesar da redução no número de operações, o valor médio das transações com cheques apresentou aumento, reforçando o uso do instrumento em transações de maior valor.
Segundo Walter Faria, diretor-adjunto de Serviços e Segurança da Febraban, o cheque ainda é utilizado principalmente por comerciantes e empresas para parcelamentos ou pagamentos a fornecedores. “As empresas respondem por mais de 50% dos cheques emitidos, geralmente pela relação de confiança com fornecedores e pela possibilidade de prazos mais longos”, explica.
Entre pessoas físicas, o uso do cheque se mantém por confiança entre clientes e lojistas e pela possibilidade de obter melhores condições de pagamento, como descontos e prazos maiores, além de não depender do limite de crédito disponível.