
Foto: Reprodução Youtube
O presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, anunciou nesta terça-feira (9) que sua legenda pode interromper as atividades do Congresso caso a proposta de anistia aos envolvidos na suposta tentativa de golpe de Estado não avance para votação.
Em entrevista, Valdemar afirmou: “Se não votarem a anistia, nós vamos parar o Congresso. Hoje temos maioria para isso. Não queríamos dar prejuízo ao país, evidentemente, mas vamos ter que parar, porque não temos outra arma e precisamos fazer algo.”
O dirigente defende uma anistia “ampla, geral e irrestrita” e disse que o PL possui a maioria necessária para aprovar a medida, que beneficiaria políticos e manifestantes envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.
A posição do PL ocorre em meio a tensões entre o Executivo e o Judiciário, especialmente após a divulgação de um relatório da Polícia Federal que indica o ex-presidente Jair Bolsonaro em suposto plano de golpe. O partido tem se alinhado à defesa de seus membros e aliados, pressionando por medidas favoráveis aos acusados.
A proposta enfrenta resistência no Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Luís Roberto Barroso afirmou que o episódio de 8 de janeiro é “imperdoável” e defende que o julgamento de Bolsonaro seja concluído ainda neste ano, rejeitando pressões populares para revisar as punições. O ministro Gilmar Mendes também criticou a ideia de anistia, afirmando que o episódio configura “crime consumado” e que não vê “sentido” em perdoar os envolvidos.
O impasse reflete a polarização política no país e coloca em xeque a independência dos Poderes. A ameaça de Valdemar Costa Neto evidencia a disposição do PL em usar sua força legislativa para pressionar a aprovação da anistia, enquanto o STF mantém a defesa da responsabilização dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro.