
Foto: ANDRÉ LUIS
A prefeita de Várzea Grande, Flávia Moretti (PL), revelou que, apenas nos cinco primeiros meses de 2025, sua gestão já quitou R$ 16 milhões em precatórios herdados de administrações anteriores. Segundo ela, o município enfrenta a maior dívida do gênero em todo o estado de Mato Grosso, com um passivo que gira em torno de R$ 790 milhões.
“Várzea Grande carrega a maior dívida de precatórios de todo o estado de Mato Grosso, em função de decisões judiciais que unificaram os débitos da prefeitura e do DAE. Com isso, nos tornamos os maiores devedores. O plano atual compromete 11,88% da receita mensal e isso prejudica muito investimentos futuros”, ressaltou a prefeita.
Flávia relatou ainda que, devido à situação, o município enfrentava dificuldades para obter a certidão de precatórios — documento essencial para destravar projetos e receber investimentos. “Estamos honrando os compromissos, claro, a situação é triste, mas vamos pagar as dívidas, seja de precatório ou de fornecedores. Com os precatórios nos estrangulando, não conseguimos trazer emendas, não conseguimos investir em melhorias em nosso município”, afirmou.
Negociação com o TJMT
No início de maio, a prefeita se reuniu com o presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), desembargador José Zuquim Nogueira, para discutir alternativas para o pagamento dos precatórios milionários. O encontro, classificado por ela como “positivo e humanizado”, resultou em um alinhamento inicial para a elaboração de um novo plano de pagamento, visando reduzir o percentual de comprometimento da receita municipal.
“Foi uma reunião extremamente produtiva. Alinhamos com o presidente do TJ e o Dr. Agamenon um novo modelo de pagamento dos precatórios, com parcelamento até dezembro de forma mais viável. Há um compromisso sensível do Tribunal de Justiça com a realidade do município. A escuta ativa, a troca de experiências e a abertura para negociação demonstram uma postura mais humanizada por parte do Judiciário, que entende que não se trata apenas de números, mas da capacidade de gestão e da sobrevivência fiscal do município”, avaliou Moretti.
A expectativa da gestão é de que o novo plano permita mais fôlego financeiro e a retomada de investimentos em áreas essenciais para a cidade.