O Vaticano anunciou nesta terça-feira (4) que Maria, mãe de Jesus, não deve mais ser chamada de “corredentora” pelos fiéis. A decisão faz parte de um novo decreto aprovado pelo papa Leão XIV, no qual o órgão doutrinário da Santa Sé reforça que apenas Jesus Cristo salvou o mundo da condenação.
“Não seria apropriado usar o título ‘corredentora’”, afirma o texto. “Esse título pode criar confusão e um desequilíbrio na harmonia das verdades da fé cristã.” O decreto busca esclarecer uma questão que há anos divide teólogos e papas sobre o papel de Maria na obra da redenção.
Embora a Igreja reconheça a importância de Maria como mãe e intercessora, o documento pontua que ela não participou do ato redentor de Cristo. A nova diretriz encerra um impasse que gerou diferentes posições entre pontífices recentes: João Paulo 2º chegou a usar o termo em alguns discursos, mas abandonou a prática; Bento XVI se opôs formalmente; e Francisco, morto em abril, chamou a ideia de “tolice” em 2019.
A instrução destaca, no entanto, o papel singular de Maria ao aceitar a missão divina. “Ao dar à luz Jesus, ela abriu os portões da Redenção que toda a humanidade aguardava”, diz o texto.
Com a decisão, o Vaticano busca reafirmar os limites da devoção mariana dentro da teologia católica, mantendo a centralidade de Cristo como único redentor da humanidade.
