
A venda do prédio histórico da antiga Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá, avaliado em R$ 78 milhões, dificilmente deve se concretizar em um primeiro momento. A avaliação é do secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo (União), que classificou o montante como alto o suficiente para afastar eventuais compradores no mercado.
O imóvel, com mais de 200 anos de existência, foi colocado à venda pela Justiça do Trabalho para pagamento de dívidas trabalhistas deixadas após o encerramento das atividades filantrópicas da Santa Casa em 2019. A iniciativa partiu da Coordenadoria de Apoio à Efetividade da Execução (Caex) do Tribunal Regional do Trabalho de Mato Grosso (TRT-MT).
“Quero acreditar que a avaliação foi feita à luz do que a legislação determina. Não é algo definido com base em suposição, mas é difícil encontrar alguém no mercado que disponibilize R$ 76, R$ 78 milhões para arrematar. Provavelmente, num primeiro momento, não haverá interessados”, declarou Figueiredo.
Apesar de o Governo do Estado utilizar o prédio desde que assumiu sua gestão, há cerca de seis anos, o secretário deixou claro que o Executivo não tem a intenção de adquiri-lo. “Durante esses seis, sete anos de gestão, buscamos alternativas para substituir por uma estrutura própria, já que a Santa Casa não pertence ao Estado e tem um custo alto de manutenção”, explicou.
Atualmente, a unidade funciona como hospital estadual, mas enfrenta sérias limitações operacionais. Segundo Figueiredo, a estrutura não atende plenamente às exigências do Ministério da Saúde, o que dificulta a habilitação de novos serviços pelo SUS. Além disso, o custo mensal de manutenção gira em torno de R$ 1 milhão.
O valor arrecadado com a eventual venda será destinado ao pagamento de passivos trabalhistas. A dívida total da antiga administração da Santa Casa é de aproximadamente R$ 43,7 milhões. Até agora, mais de R$ 7 milhões já foram pagos a ex-funcionários.