
Durante a reunião da CPI do Estacionamento Rotativo, realizada nesta quarta-feira (24) na Câmara Municipal de Cuiabá, o presidente da comissão, vereador Rafael Ranalli (PL), determinou a apreensão do celular de um funcionário da CS Mobi. O homem, identificado como Henrique Rodrigues de Freitas, foi flagrado gravando a sessão sem autorização formal.
Freitas, que se apresentou como analista de gestão contratual da concessionária, foi chamado ao púlpito após ser reconhecido pelo vereador Dilemário Alencar (União Brasil). Questionado pelos parlamentares, afirmou que não estava ali representando oficialmente a empresa e disse não ter autorização para responder sobre cláusulas do contrato de concessão.
A sessão contou ainda com a presença do prefeito Abilio Brunini (PL), que levou uma caixa com documentos que, segundo ele, comprovam irregularidades no contrato firmado entre a Prefeitura e a CS Mobi durante a gestão do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (PSD). “Estamos trazendo documentos que mostram os pontos negativos do acordo e como ele foi feito para favorecer a empresa”, afirmou.
O contrato em análise prevê repasse mensal de R$ 650 mil, oriundos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), com validade de 30 anos, prorrogáveis. Os vereadores investigam possíveis cláusulas lesivas, desequilíbrio financeiro e falta de contrapartidas claras por parte da concessionária.
Convocada para prestar esclarecimentos, a CS Mobi não enviou representantes à oitiva. Em nota, a empresa justificou a ausência mencionando “declarações recentes do prefeito”, que teriam criado um ambiente de insegurança jurídica e dificultado o diálogo institucional.
Instaurada em fevereiro deste ano, a CPI apura indícios de direcionamento e prejuízo aos cofres públicos no contrato de concessão da zona azul em Cuiabá.