
O vereador de Cuiabá, Rafael Ranalli (PL), se posicionou contra a aprovação do Projeto de Lei Complementar que amplia o número de cadeiras na Câmara dos Deputados de 513 para 531. Para o parlamentar, a medida representa um desrespeito com os cofres públicos e vai na contramão do que a sociedade espera.
“Acho que o impacto é negativo, um escárnio com o erário público. Já são muitos deputados. Na minha opinião, tinha que ser metade”, declarou Ranalli nesta quinta-feira (8).
Caso o projeto seja sancionado, o número de representantes de Mato Grosso passará de oito para dez deputados federais, e de 24 para 30 estaduais. A mudança ocorre devido à regra que determina a criação de três novas vagas nas assembleias legislativas para cada nova cadeira na Câmara Federal.
Ranalli também comparou a proposta com a PEC 12/2022, que tramita no Senado e propõe a unificação das eleições para reduzir gastos públicos.
“Enquanto se discute a redução de custos com a máquina pública, aprovam o aumento de seis gabinetes de deputados estaduais e dois de deputados federais só em Mato Grosso. É um escárnio com a população esse aumento de vagas”, reforçou.
A Diretoria-Geral da Câmara dos Deputados estima que o acréscimo de 18 parlamentares terá um impacto financeiro de até R$ 64,8 milhões anuais a partir da próxima legislatura, em 2027. Para Ranalli, porém, o custo real será ainda maior.
“Esse é o gasto da Casa, mas cada parlamentar vem com uma série de emendas e outros custos agregados. Não é só os R$ 64 milhões, o custo vai crescer de forma escalonada e progressiva”, alertou.
O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Max Russi (PSB), afirmou que o possível aumento não deve afetar o orçamento da Casa, mas reconheceu que serão necessárias adequações na estrutura física para acomodar os novos deputados.