
Companhias aéreas de baixo custo na Europa voltaram a discutir a adoção dos chamados “assentos verticais” como alternativa para baratear passagens e ampliar o número de passageiros por voo. A ideia, que circula no setor há mais de uma década, prevê a substituição de parte das poltronas convencionais da classe econômica por estruturas semelhantes a bancos de bicicleta, em que o passageiro viaja praticamente em pé.
O conceito, batizado de Skyrider 2.0, foi desenvolvido pela empresa italiana Aviointeriors e reapresentado em 2018. O design permite instalar dois níveis de assentos e, segundo os fabricantes, pode aumentar em até 20% a capacidade das aeronaves. Entre os defensores da proposta está Michael O’Leary, CEO da companhia irlandesa Ryanair, que há anos sustenta que o modelo seria viável para voos curtos, com menos de duas horas de duração.
De acordo com a Aviointeriors, a adoção dos assentos verticais reduziria custos operacionais, o que possibilitaria a venda de passagens ainda mais baratas. A empresa afirma que o projeto segue normas internacionais de segurança e que sua aplicação seria limitada a rotas específicas, sempre com aval de autoridades reguladoras.
Apesar das promessas, a iniciativa enfrenta resistência de passageiros e especialistas em aviação civil. As principais críticas envolvem riscos em caso de turbulência ou emergências, além do desconforto e possíveis impactos à saúde de quem permanece por longos períodos em posição semi-ereta.
A expectativa do setor é que o modelo comece a ser testado em voos comerciais a partir de 2026. Resta saber se, em nome da economia, o público aceitará trocar o tradicional assento pela experiência de viajar praticamente em pé, como em ônibus ou metrôs lotados.