O prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), manifestou forte apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, após a decretação da prisão preventiva determinada neste sábado (22) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Brunini afirmou que a prisão era esperada dada a condenação de Bolsonaro por “trama golpista” , mas criticou a simbologia da data (22), número associado ao PL, e acusou o magistrado de psicopatia e perfil de “serial killer”.
Em post nas redes sociais, o prefeito disse: “Quando o serial killer vai lá e faz os seus crimes, ele quer deixar uma assinatura … prender no dia 22 … havia alguns pensamentos sobre isso”. Para ele, o episódio é “apenas uma cortina de fumaça para encobrir casos de corrupção que explodem no país”.
Brunini pediu calma aos bolsonaristas: “Não chore, não xingue, não brigue. Tenha calma, haverá tempo certo de responder a tudo isso.” Ele instou a população a eleger políticos “corajosos” nas eleições de 2026, especialmente no Senado, afirmando que os parlamentares poderiam pressionar por um eventual impeachment de ministros do STF. “Se Bolsonaro está preso é porque o Senado é omisso e covarde”, afirmou, responsabilizando os atuais senadores pela detenção.
O prefeito ainda alertou para a possibilidade de pior desdobramento: “A pior coisa que pode acontecer para eles é se o Bolsonaro morrer na prisão. Essa é a pior coisa … Se isso acontecer, acabou para eles”, disse, referindo-se ao crescente descontentamento com as ações do STF.
Reações de outros prefeitos
A prefeita de Várzea Grande, Flávia Moretti (PL), também criticou a prisão. Para ela, a decisão de Moraes visa “calar os bolsonaristas” e representa “uma das maiores distorções da nossa história recente”: “Não é sobre concordar ou não com um líder. É sobre ver de perto um processo marcado por contradições, perseguição e uma tentativa clara de calar uma parcela inteira da população”, afirmou.
Já o prefeito de Rondonópolis, Cláudio Ferreira (PL), declarou que a prisão de Bolsonaro representa “um desequilíbrio” e um processo parcial: “Ver qualquer pessoa padecendo injustamente machuca quem tem o mínimo de senso de justiça. Amar o Brasil e os brasileiros custa muito caro no nosso país”, disse.
Contexto da prisão
Bolsonaro já cumpria prisão domiciliar desde o início de agosto, mas a prisão preventiva decretada agora não está diretamente relacionada à sua condenação por tentativa de golpe. A nova ordem está vinculada a outra investigação, que apura suposta coação da Justiça — incluindo pressão internacional defendida por seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, que teria defendido anistia a aliados bolsonaristas, sanções a ministros do STF e críticas à Corte.
