
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta sexta-feira (18) que sente “vergonha” por ter que usar tornozeleira eletrônica. A declaração foi feita à Band News, após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que impôs a medida no contexto do inquérito que investiga suposta tentativa de golpe de Estado.
“Eu tenho vergonha de usar tornozeleira. Qual risco ofereço à sociedade? Qual o risco ofereço de fuga?”, questionou o ex-presidente. Ele classificou a imposição como “humilhante” e “degradante”.
Na mesma entrevista, Bolsonaro afirmou que não teme ser preso, embora considere a possibilidade injusta. “Estou com 70 anos, não estou com preocupação, com medo de nada. Agora, é uma injustiça, uma covardia me prender. Nada fiz de errado.”
Além da tornozeleira, Moraes proibiu Bolsonaro de manter contato com o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), seu filho, que está nos Estados Unidos, e de acessar redes sociais.
Mais cedo, nesta sexta, a Polícia Federal cumpriu novos mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-presidente, também no âmbito do inquérito que investiga uma suposta articulação antidemocrática para manter Bolsonaro no poder após as eleições de 2022.
O equipamento de monitoramento foi instalado por agentes da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape) no Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (CIME), em Brasília, onde o ex-presidente compareceu pessoalmente.
A decisão de Moraes, tornada pública esta semana, faz parte de um conjunto de medidas cautelares que incluem ainda a restrição de contatos com outros investigados e monitoramento eletrônico, sob o argumento de garantir o andamento das investigações sem riscos à instrução processual ou à ordem pública.