A deputada federal Coronel Fernanda (PL) protagonizou um dos momentos mais tensos da sessão da CPMI que investiga fraudes no INSS, nesta terça-feira (18). Durante o interrogatório do empresário João Carlos Camargo Júnior, conhecido como “alfaiate dos famosos”, a parlamentar elevou o tom e fez acusações diretas sobre o suposto envolvimento dele em um esquema que teria desviado milhões de reais de benefícios previdenciários.
Camargo compareceu como testemunha após a MKT Connection Group, empresa aberta por ele em 2022, ser apontada em documentos oficiais como destinatária de mais de R$ 31 milhões repassados pela Associação Amar Brasil. A companhia é investigada por participação em fraudes que teriam atingido idosos, pessoas com deficiência e pensionistas em todo o país.
Durante a oitiva, Coronel Fernanda classificou o empresário como “bandido” e descreveu de forma explícita o cotidiano de um presídio, afirmando que ele poderia enfrentar situações degradantes caso fosse condenado. A deputada relatou que conhece a rotina carcerária por sua experiência na Polícia Militar de Mato Grosso.
Em resposta à comissão, Camargo optou por permanecer em silêncio diante dos questionamentos. A postura gerou novas críticas da parlamentar, que chegou a insinuar que ele teria tomado calmantes para se manter sereno durante a sessão. Ela também perguntou se o empresário produziu ternos para políticos do PT, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama Janja, mas não obteve resposta.
A sessão foi marcada pela tensão e pelas declarações contundentes, enquanto os parlamentares continuam a apurar o suposto esquema de desvio de recursos destinados a beneficiários do INSS.
