
O clima político esquentou de vez com a imposição de medidas cautelares ao ex-presidente Jair Bolsonaro, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes nesta sexta-feira (18). Entre as medidas: tornozeleira eletrônica, proibição de uso de redes sociais e impedimento de contato com familiares próximos. A resposta da ala conservadora não tardou — e, em Mato Grosso, o prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), assumiu o protagonismo.
Durante coletiva à imprensa, Brunini adotou um tom incisivo ao criticar o que classificou como “excesso de autoritarismo” por parte do Supremo Tribunal Federal. Mais do que um protesto simbólico, sua fala transbordou alertas sobre possíveis reflexos econômicos e instabilidades institucionais, traçando paralelos com cenários de crise como o vivido na Venezuela.
De forma direta, o prefeito cuiabano também cobrou posicionamento imediato dos senadores Jayme Campos (União Brasil) e Margareth Buzetti (PSD), ambos representantes do estado em Brasília. “Se permanecerem inertes diante desse quadro, será o fim de suas carreiras políticas”, disparou.
A crítica não é apenas ideológica. Segundo Brunini, a ausência de articulação política sólida em defesa do que chamou de “equilíbrio entre os poderes” pode comprometer a confiança internacional no país, elevando o risco de sanções, retração de investimentos e até inflação — um cenário que ele não hesitou em antecipar. “O momento exige que se guarde, que se observe. A tempestade não é apenas política, pode ser econômica.”
Nos bastidores do Congresso, o desconforto é evidente. A decisão do STF intensificou o embate entre Poderes e ampliou o sentimento de insegurança jurídica em Brasília. Para Brunini, a voz de Bolsonaro seguirá influente, mesmo sob censura. E, ao que tudo indica, as movimentações de 2025 já apontam para um xadrez eleitoral tumultuado em 2026.
No centro desse tabuleiro, Mato Grosso parece querer mais que apenas observar. Abílio Brunini quer jogar — e com peças de ataque.
