A Polícia Civil confirmou nesta quinta-feira (5) que a execução de José Wallafe dos Santos, ocorrida em 8 de agosto em um conjunto habitacional de Várzea Grande, foi motivada por tatuagens que teriam sido associadas a símbolos do Primeiro Comando da Capital (PCC). De acordo com o delegado Nilson Farias, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, integrantes do Comando Vermelho (CV) interpretaram os desenhos como sinais de ligação com a facção rival.
O delegado informou que o grupo realizava um “salve” contra outra pessoa quando José passou pelo local e parou para observar a movimentação, o que levantou suspeitas entre os criminosos. Eles passaram a interrogá-lo sobre possível vínculo com facção e, ao identificar uma tatuagem do personagem Tio Patinhas, ampliaram as desconfianças. Na sequência, obrigaram o homem a tirar parte da roupa e encontraram outra marca no corpo que remetia ao número três, interpretada como referência ao PCC.
Mesmo negando qualquer ligação com organizações criminosas, José acabou acusado de integrar o grupo rival. A situação se agravou quando os suspeitos foram até a residência da vítima, exigiram o celular da esposa e cobraram a senha. Segundo o delegado, diante da recusa, os criminosos agrediram a mulher e quebraram seu braço.
Farias destacou ainda que não há indícios de que José mantivesse relação com o crime organizado desde que chegou a Mato Grosso. Ele havia se mudado de Alagoas, onde enfrentou problemas anteriores, e trabalhava como açougueiro.
Operação Ditadura Faccional CPX
A megaoperação Ditadura Faccional CPX, deflagrada nesta quinta-feira, teve como objetivo prender dez suspeitos envolvidos nos crimes de tortura, homicídio e ocultação de cadáver contra José Wallafe. Durante o cumprimento dos mandados, Bruno César Amorim Santos, conhecido como Vasco ou Véio, de 38 anos, morreu em confronto com policiais.
Três investigados continuam foragidos: Guilherme da Silva, o Formiga, de 20 anos; Fábio Luciano Ribeiro da Cruz, o MN Boy, de 23 anos; e Michelly Gomes de Sousa, de 22 anos.
Outros seis alvos foram presos: Katiane da Silva Flôr Lara, 32 anos; Samuel Galheiro dos Santos, conhecido como SG; Diego da Silva Rodrigues, 33 anos; Akillis Jr. Brandão Evangelista, 26 anos; Joel Aparecido da Silva, o Pé Fofo, 34 anos; e Robert Assis de Oliveira, 31 anos.
Vídeo Repórter MT
