
Já de partida da vibrante Vancouver, é hora de deixar que as lembranças decantem lentamente, como um bom vinho no tempo. E antes de seguir viagem, me deixo adoçar pela experiência de uma vinícola que mais parece um poema líquido: a Canadian Flower Winery, em Richmond onde fui moradora por tres semanas e me deliciei ali, entre frascos que lembram arte em vidro, flores em alto-relevo e silêncio acolhedor, descobri vinhos que não apenas agradam o paladar mas também contam histórias.
O CHAO Plum Wine, feito com ameixas maduras canadenses, é inspirado nos licores orientais e carrega o frescor doce das marés e do tempo, seu nome, suas curvas e seu sabor parecem saídos de um conto de primavera, já o Tempranillo estilo Porto, escuro e intenso como uma noite bem vivida, com notas de frutas secas e especiarias que pedem o silêncio, chocolate amargo e uma conversa devagar para o fim de tarde prolongado do verão canadense e ainda assim não posso deixar de falar da estrela que vim conhecer pessoalmente os preciosos icewines canadenses elaborados com uvas colhidas sob o rigor do frio que oferecem um néctar denso, luminoso, perfeito para selar o momento com um toque de celebração.

A Canadian Flower Winery é um encontro entre tradição e delicadeza, onde cada gole parece pedir pausa, presença e contemplação. Ao sair, levo comigo mais que garrafas levo o sabor da beleza em detalhes e a memória de um lugar onde o vinho é poesia em forma líquida. E minha expectativa para o próximo destino é de vinícolas urbanas, Seattle tem mais 20 vinícolas artesanais espalhadas pela cidade, reunidas sob um conceito inovador que é trazer a experiência da vinícola para dentro da cidade, sendo assim prepare-se para continuarmos com nossa viagem nos despedindo do Canadá e entrando agora nos Estados Unidos. Bom aqui me despeço com um último gole de vinho doce porque toda despedida fica mais leve e doce quando é feita com vinho e a alma… Cheers!!!
Até a Próxima.






