Pelo Brasil

Vizinhos querem Bolsonaro fora de condomínio após prisão domiciliar

Diante da situação, os vizinhos passaram a articular uma assembleia para discutir formalmente a possibilidade de solicitar a saída de Bolsonaro do residencial

Redação 6 de agosto de 2025

Nem mesmo a reclusão no conforto do lar tem garantido tranquilidade a Jair Bolsonaro (PL). Desde que teve a prisão domiciliar decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente enfrenta um novo desafio: a insatisfação crescente dos moradores do condomínio de luxo onde reside, no bairro Jardim Botânico, em Brasília.

Segundo o portal Leo Dias, mensagens obtidas pelo jornalista Maycon Leão mostram que a presença de Bolsonaro, agora monitorado por tornozeleira eletrônica, tem causado desconforto e alterado a rotina local. A gota d’água foi uma vigília promovida por apoiadores do ex-presidente, que bloqueou parcialmente a entrada do condomínio na segunda-feira (5).

Diante da situação, os vizinhos passaram a articular uma assembleia para discutir formalmente a possibilidade de solicitar a saída de Bolsonaro do residencial. A iniciativa, embora controversa, demonstra o nível de desgaste causado pela presença do ex-chefe do Executivo no local.

ENTENDA A PRISÃO DOMICILIAR

Bolsonaro teve a prisão decretada após desrespeitar medidas cautelares impostas pelo STF. Mesmo proibido de se manifestar, direta ou indiretamente, nas redes sociais, ele apareceu em uma live veiculada nos perfis dos filhos, entre eles o senador Flávio Bolsonaro, no último domingo (3). A gravação foi feita durante atos de apoio ao ex-presidente, o que acirrou ainda mais o clima político e jurídico.

Além disso, Bolsonaro está proibido de manter contato com o deputado Eduardo Bolsonaro, de se aproximar de embaixadas e de sair de casa entre 19h e 7h, além dos fins de semana. Moraes considerou o episódio uma reincidência no descumprimento das ordens judiciais, e reforçou que o ex-presidente deve ser tratado como qualquer outro réu.

— A Justiça não permitirá que um réu faça de tola, achando que ficará impune por ter poder político e econômico. A Justiça é igual para todos — escreveu Moraes na decisão.

Agora, Bolsonaro enfrenta não apenas as investigações judiciais, mas também o risco de ter que mudar o endereço da própria reclusão — por pressão dos próprios vizinhos.