A Polícia Civil prendeu preventivamente, na tarde de terça-feira (11), um casal acusado de cometer uma série de crimes graves contra dois sobrinhos de 12 e 13 anos. A operação, denominada Binômio do Mal, foi deflagrada pela Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, Criança e Idoso (DEDMCI) de Várzea Grande.
De acordo com a investigação, o tio paterno das vítimas e sua esposa, que viviam na mesma residência que as crianças, serão responsabilizados por tortura-castigo, estupro de vulnerável, lesão corporal grave, injúria racial e satisfação de lascívia na presença de menores.



As denúncias surgiram em outubro, quando a mãe dos adolescentes procurou a Delegacia da Mulher para solicitar medidas protetivas de urgência. Ela relatou um histórico de agressões e abusos praticados pelo casal, que incluíam golpes com cabos de vassoura e objetos pontiagudos, como pregos, além de tapas e beliscões constantes.
As crianças eram ainda submetidas a sofrimento psicológico intenso. Segundo os depoimentos, os suspeitos obrigavam os sobrinhos a ficarem trancados em um quarto enquanto mantinham relações sexuais, sob ameaças de morte caso contassem o que presenciavam.
As vítimas também foram alvo de injúrias raciais e humilhações diárias, sendo chamadas por termos discriminatórios e degradantes. As agressões eram acompanhadas pelo uso de drogas dentro da casa, e em algumas ocasiões, os tios chegaram a oferecer substâncias ilícitas aos menores.
Entre os episódios de extrema violência, está o caso em que a mulher introduziu um prego nas costas de um dos meninos, além de ter matado a cachorra da família na frente das vítimas. Outro relato aponta que o filho biológico do casal, de apenas um ano e meio, também sofria castigos cruéis e agressões físicas, sendo forçado a comer fezes de cachorro.
Em março, uma das vítimas sofreu uma lesão durante um jogo de futebol, mas teve o tratamento negligenciado pela suspeita, que escondeu da mãe a gravidade do caso e a necessidade de cirurgia.
Durante a investigação, a mulher ainda enviou mensagens de ameaça via WhatsApp a uma filha de consideração da mãe das vítimas, afirmando que “pegaria um por um” da família.
Diante da gravidade dos fatos, a delegada Jéssica Cristina de Assis representou pela prisão preventiva do casal, que foi decretada pela Justiça e cumprida no mesmo dia. Os suspeitos foram levados à Delegacia da Mulher, Criança e Idoso de Várzea Grande, onde prestaram depoimento e foram colocados à disposição do Judiciário.
