
O Ministério da Saúde anunciou que a vacina contra herpes-zóster, também conhecida como “cobreiro”, será incluída na lista de vacinas gratuitas oferecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A medida é vista como um avanço no cuidado com a saúde de pessoas com mais de 50 anos, que são as principais vítimas da doença — marcada por dores intensas e risco de complicações graves.
Atualmente, a vacina só está disponível na rede privada, com custo médio de R$ 800 por dose — e são necessárias duas aplicações. Apesar do preço elevado, a vacina Shingrix, versão recombinante inativada, já é produzida no Brasil e possui uma eficácia de 91%, conforme aprovação da Anvisa em 2022.
Embora o ministro Alexandre Padilha tenha garantido prioridade à distribuição gratuita, ainda não há uma data definida para o início da vacinação pelo SUS.
O que é o herpes-zóster?
O herpes-zóster é provocado pelo mesmo vírus da catapora, o varicela-zóster. Depois da infecção inicial na infância, o vírus pode permanecer latente no organismo por décadas, sendo reativado quando o sistema imunológico está enfraquecido — especialmente com o avanço da idade.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Infectologia, um em cada três indivíduos desenvolverá a doença ao longo da vida. O número de casos tem crescido de forma alarmante: em 2022 foram 19 mil registros, número que saltou para 127 mil em 2023, um aumento de 568%, segundo o DATASUS.
Sintomas e complicações
Os primeiros sinais incluem:
- Dor intensa nos nervos (nevrálgica)
- Formigamento e ardência
- Febre e dor de cabeça
- Mal-estar generalizado
Em seguida, surgem as lesões cutâneas dolorosas, com bolhas geralmente concentradas em uma faixa do corpo. As complicações podem ser severas, como:
- Neuralgia pós-herpética (dor crônica que persiste por meses)
- Infecções bacterianas secundárias
- Problemas de visão, audição e equilíbrio (quando atinge nervos específicos)
- Meningite viral e encefalite, em casos graves
Um marco para a saúde preventiva
A inclusão da vacina no SUS marca uma importante vitória para o envelhecimento saudável no Brasil. O acesso gratuito pode prevenir milhares de internações e aliviar o sofrimento de milhões de brasileiros que convivem com a ameaça dessa doença silenciosa, mas devastadora.