Prefeito de Brasnorte é cassado por compra de votos com dinheiro, combustível e frango congelado

A Justiça Eleitoral cassou os mandatos do prefeito de Brasnorte, Edelo Marcelo Ferrari (União), da vice-prefeita Roseli Borges de Araújo Gonçalves (União) e do vereador Gilmar da Obra (União), por abuso de poder econômico durante as eleições municipais de 2024. A decisão foi proferida pelo juiz Romeu da Cunha Gomes, da 56ª Zona Eleitoral, e publicada nesta quarta-feira (2).

De acordo com a sentença, os envolvidos participaram de um esquema de compra de votos entre comunidades indígenas, com a oferta de dinheiro, combustível e até frangos congelados à etnia Enawenê-Nawê. Além disso, o transporte irregular de indígenas aos locais de votação também foi apontado como uma das estratégias ilegais utilizadas pela campanha.

As investigações destacaram a atuação direta de Rogério, subordinado de Edelo e coordenador da campanha, que foi nomeado fiscal nas seções eleitorais indígenas. A Justiça entendeu que isso demonstrou a conexão entre os abusos cometidos e a estrutura oficial da campanha vitoriosa.

A cassação ocorreu no âmbito de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE). Segundo o magistrado, o esquema teve impacto suficiente para comprometer a lisura do pleito.

Com a decisão, o Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) será comunicado para tomar providências quanto à realização de novas eleições para prefeito e vice-prefeito em Brasnorte, assim que a sentença for confirmada por órgão colegiado ou transitar em julgado.