
As empresas estatais brasileiras registraram um déficit de R$ 1,4 bilhão em abril deste ano, o pior resultado para o mês desde o início da série histórica em 2002. Os dados constam no relatório de Estatísticas Fiscais divulgado pelo Banco Central nesta sexta-feira (30).
Do total negativo, R$ 978 milhões foram registrados nas estatais federais, seguidas pelas estaduais, com déficit de R$ 463 milhões. Apenas as empresas municipais apresentaram superávit, com saldo positivo de R$ 22 milhões.
No acumulado de 2025, o déficit das estatais soma R$ 2,73 bilhões, também o maior registrado nos 23 anos da série analisada. A metodologia utilizada pelo Banco Central é a chamada “abaixo da linha”, que considera o financiamento do déficit, enquanto o Tesouro Nacional adota o critério de fluxo de caixa (receitas e despesas diretas), o que pode gerar divergências entre os números dos dois órgãos.
Apesar do rombo nas estatais, o setor público consolidado — que inclui União, Estados, municípios e empresas estatais — apresentou um superávit primário de R$ 14,1 bilhões em abril, resultado impulsionado pelo aumento da arrecadação de tributos e pela contenção de gastos em outras áreas.
Outro destaque do relatório foi o crescimento da Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG), que atingiu o equivalente a 76,2% do PIB, totalizando R$ 9,2 trilhões.