
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados realizam, neste domingo (16), um grande ato na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro. O evento reúne apoiadores de diversas partes do país e tem como principal bandeira a defesa da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. A manifestação ocorre em um momento crucial para Bolsonaro, que enfrenta a possibilidade de se tornar réu no Supremo Tribunal Federal (STF), em meio à denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado.
Líderes políticos alinhados ao ex-presidente, como governadores, senadores e deputados, participam do ato em um trio elétrico. Entre os nomes confirmados estão os governadores Cláudio Castro (PL-RJ), Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Jorginho Melo (PL-SC) e Mauro Mendes (União-MT).
Pauta da anistia e embate com o STF
A manifestação acontece dias após o STF condenar mais 63 pessoas pelos atos de 8 de janeiro, elevando o total de sentenciados para 480. O ato busca reforçar a pressão sobre o Congresso para aprovar um projeto de anistia, que enfrenta resistência na Câmara dos Deputados, especialmente do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Além disso, Bolsonaro e seus aliados devem criticar a atuação do ministro Alexandre de Moraes, que conduz investigações contra o ex-presidente. A relação tensa entre os dois se intensificou após Bolsonaro ser indiciado pela Polícia Federal (PF), em novembro do ano passado.
Olhar para o cenário internacional
Outro aspecto do ato deste domingo é a tentativa de chamar a atenção de autoridades estrangeiras, especialmente dos Estados Unidos. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tem buscado apoio internacional e já foi criticado por partidos de esquerda por supostamente influenciar autoridades americanas contra o governo brasileiro e o STF.
Denúncia contra Bolsonaro avança no STF
A expectativa sobre o futuro de Bolsonaro aumenta com a análise da denúncia da PGR pelo STF, marcada para os dias 25 e 26 de março. O caso será avaliado pela 1ª Turma do Supremo, composta pelos ministros Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Flávio Dino e Cármen Lúcia.
Se a denúncia for aceita, Bolsonaro e outros acusados – como Alexandre Ramagem, Anderson Torres, Mauro Cid, Augusto Heleno e Braga Netto – passarão à condição de réus e responderão criminalmente.
Com um cenário político cada vez mais polarizado, o ato deste domingo em Copacabana pode se tornar um termômetro da força política de Bolsonaro e do apoio popular à anistia.