
Dias após anunciar um prejuízo de R$ 2,6 bilhões em 2024, os Correios começaram a adotar uma série de medidas para tentar reequilibrar as contas e reduzir despesas. Entre as ações, estão a suspensão temporária de férias, a convocação de funcionários em regime remoto para o trabalho presencial e a prorrogação do Programa de Desligamento Voluntário (PDV).
Em uma circular obtida pelo portal Metrópoles, a estatal informou que está traçando estratégias para ampliar receitas, gerar novos negócios e otimizar processos, ao mesmo tempo em que busca cortar gastos e melhorar a eficiência operacional.
📌 Confira as principais medidas anunciadas:
- Prorrogação das inscrições para o PDV até 18 de maio de 2025, mantendo os atuais critérios de elegibilidade.
- Incentivo à transferência de carteiros e atendentes comerciais para centros de tratamento, com pagamento de adicional mais vantajoso.
- Suspensão temporária das férias a partir de 1º de junho de 2025, para o período aquisitivo deste ano. O benefício será retomado em janeiro de 2026.
- Redução de pelo menos 20% no orçamento de funções na sede dos Correios.
- Retorno obrigatório ao trabalho presencial a partir de 23 de junho de 2025, com exceção de quem tem decisão judicial favorável.
- Lançamento de novos planos de saúde, com previsão de economia de 30%, discutidos com as representações sindicais.
Segundo a direção da empresa, as medidas são necessárias para “provar mais uma vez a força e a resiliência da estatal” diante da crise financeira.
“Estamos diante de um desafio importante: a necessidade de reduzir despesas. Ao mesmo tempo, temos a oportunidade de, mais uma vez, provarmos a força e a resiliência da nossa empresa. Para isso, cada um de nós é uma peça fundamental nesse processo”, afirma o documento interno.
📉 Prejuízo bilionário
O resultado negativo de R$ 2,6 bilhões em 2024 é o pior desde 2016, quando o prejuízo somou R$ 1,5 bilhão (R$ 2,3 bilhões em valores atualizados). Em 2023, o déficit havia sido de R$ 597 milhões.
Segundo os Correios, apenas 15% das mais de 10,6 mil unidades de atendimento encerraram 2024 no azul. A maior parte opera no vermelho, mas, de acordo com a estatal, isso garante a oferta de serviços postais em todos os 5.567 municípios brasileiros.
📊 Investimentos
Apesar do prejuízo, a empresa afirma ter investido R$ 830 milhões em 2024. Desde a mudança na gestão, o volume chega a R$ 1,6 bilhão. Entre os aportes, destacam-se R$ 698 milhões na renovação da frota de veículos e R$ 600 milhões na manutenção de infraestrutura operacional.
A estatal reforçou que continuará priorizando a sustentabilidade social e ambiental em suas operações.