Um homem foi preso em flagrante por tráfico de drogas ao tentar entrar no Presídio de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife, com 210 gramas de maconha escondidos dentro de ovos. A prisão ocorreu na última segunda-feira (2), segundo a Polícia Civil de Pernambuco.
De acordo com a corporação, o entorpecente estava acondicionado em pequenos sacos plásticos, camuflados dentro das cascas de ovos dispostas em uma bandeja. Imagens divulgadas pela polícia mostram um policial penal quebrando as cascas com uma faca e retirando a droga de dentro.
A identidade do suspeito não foi revelada, e até o momento, não se sabe como ele conseguiu esconder a droga nos ovos nem para quem o material seria entregue. A polícia também não informou se o homem tinha vínculo com algum preso ou se havia sido contratado para prestar algum serviço no local.
Essa é a segunda apreensão de drogas no Presídio de Igarassu em menos de uma semana. No dia 29 de maio, agentes penitenciários encontraram 378 gramas de maconha escondidas em caixas de aveia, durante uma inspeção em mantimentos levados por familiares de detentos. Na ocasião, o homem flagrado com a droga disse ter recebido R$ 150 para fazer a entrega e alegou não conhecer os destinatários.
Presídio sob investigação
As apreensões acontecem em meio às investigações sobre um esquema de corrupção e regalias dentro do Presídio de Igarassu, desarticulado pela Operação La Catedral, da Polícia Federal. A unidade ficou conhecida como “resort do crime”, devido às condições diferenciadas oferecidas a alguns detentos em troca de propina.
A operação foi deflagrada em fevereiro, após a identificação de um preso que comandava atividades criminosas de dentro da prisão, com o auxílio de servidores públicos. Além do uso e tráfico de drogas, também foi descoberta a produção de pasta base de cocaína no chamado Espaço Cultural do presídio.
Na primeira fase da investigação, foram presos o ex-diretor do presídio e quatro policiais penais. Na segunda etapa, em abril, o ex-secretário de Administração Penitenciária, André de Araújo Albuquerque, foi preso e teve bens apreendidos, como arma funcional, celulares e um veículo, em sua residência no bairro do Prado, Zona Oeste do Recife.
As investigações apontam que o então diretor Charles Belarmino recebia propina repassada pelos presos por meio dos chamados “chaveiros”. Parte do valor, segundo a Polícia Federal, teria sido destinada ao ex-secretário.
Os crimes apurados incluem corrupção ativa e passiva, tráfico de drogas, facilitação de entrada de objetos ilícitos, prevaricação e organização criminosa. O inquérito, conduzido pela PF e pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco), segue em sigilo de Justiça.
