
Um idoso de 61 anos foi preso na manhã desta quarta-feira (16), em Feira de Santana, no interior da Bahia, acusado de uso de documento falso e lesão corporal cometidos no estado de Sergipe. A prisão foi realizada por agentes da 64ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), após um alerta emitido pelo Centro Integrado de Comunicação (Cicom), que identificou o suspeito através do sistema de videomonitoramento nas imediações do Terminal Central, na Rua Olímpio Vital.
Durante a abordagem policial e o encaminhamento ao Complexo de Delegacias do Sobradinho, as autoridades constataram que o homem também possui débitos de pensão alimentícia, o que agravou sua situação judicial. Mas o que realmente chamou atenção no caso foi a quantidade de filhos atribuída ao suspeito: segundo informações repassadas por ele próprio à polícia, o idoso é pai de 86 filhos, dos quais 57 estão oficialmente registrados em seu nome. As crianças e adolescentes seriam fruto de relações com mais de 60 mulheres diferentes.
A informação surpreendeu os policiais e logo repercutiu nas redes sociais, onde internautas comentaram o caso com perplexidade e humor. “Não existe manhã tranquila em Feira de Santana”, escreveu um usuário no X (antigo Twitter), em meio a centenas de publicações que ironizavam a situação. A Polícia Civil da Bahia, por sua vez, preferiu manter em sigilo a identidade do suspeito, que segue sob custódia e à disposição da Justiça.
Segundo a corporação, a prisão também atende a um mandado expedido em Sergipe, onde o homem é investigado por uso de documentação falsa e agressão física. A Polícia Civil sergipana deve ser notificada para dar prosseguimento às investigações sobre os crimes cometidos naquele estado.
No tocante aos débitos alimentares, o caso reacende a discussão sobre os limites da fiscalização em casos extremos. Especialistas em direito de família destacam que, embora a legislação brasileira permita a prisão civil por inadimplência de pensão — com pena de até três meses —, a realidade mostra um sistema sobrecarregado e pouco eficiente no acompanhamento de obrigações alimentares múltiplas como essa.
“É uma situação absolutamente fora da curva. O Judiciário tem dificuldades para lidar até mesmo com casos de inadimplência envolvendo dois ou três filhos. Imagine um cenário em que há mais de 50 crianças com direito legal à pensão”, avaliou a advogada Larissa Moraes, especialista em Direito de Família.
O caso segue em investigação e pode desdobrar-se em ações cíveis e criminais paralelas, tanto na Bahia quanto em Sergipe. Enquanto isso, o episódio coloca em evidência não apenas o aspecto pitoresco da história, mas também as falhas estruturais de um sistema que, muitas vezes, não consegue garantir o básico: o sustento digno de crianças e adolescentes.
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