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Em meio às tensões políticas envolvendo aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar, nesta terça-feira (3), a atuação de um deputado federal licenciado, filho do ex-chefe do Executivo, que está atualmente nos Estados Unidos. Sem mencionar o nome de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Lula afirmou que o parlamentar “fica tentando lamber as botas do Trump”, em referência ao ex-presidente norte-americano.
Durante coletiva de imprensa, o presidente classificou como “lamentável” o fato de um político brasileiro, filho do ex-presidente, “convocar os Estados Unidos a se meter na política interna do Brasil”. Para Lula, essa postura representa uma “prática terrorista” e um desrespeito ao país. “Renuncia ao mandato, pede licença para ir ficar de assessor do Trump pedindo intervenção na política brasileira. Não é possível aceitar isso”, declarou.
Lula ainda citou uma entrevista publicada na revista Veja, na qual o deputado se referiu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), como “um tirano” e acusou o país de perseguição política. Na resposta, o presidente questionou a coerência das críticas feitas pelo parlamentar. “Esse cidadão pensava isso da Suprema Corte quando mentiram ao meu respeito? Conhecem alguma fala dele questionando a Suprema Corte? Não!”, rebateu.
O presidente defendeu que o debate democrático precisa se dar com base na verdade e no respeito às instituições. “Se essa gente pensa que vai ganhar consciência da sociedade com mentira, é um engano. A convivência democrática é a única coisa saudável para que a sociedade possa viver em paz”, concluiu.
No último dia 26 de maio, o ministro Alexandre de Moraes atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinou a abertura de um inquérito contra o deputado Eduardo Bolsonaro. Segundo a PGR, há indícios de que ele estaria tentando interferir em processos judiciais que envolvem Jair Bolsonaro e seus aliados. Para o procurador-geral Paulo Gonet, o parlamentar teria buscado influenciar procedimentos criminais em andamento no Supremo.