
Rodinei Crescêncio
O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), não compareceu ao encontro do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com o cacique Raoni, realizado nesta sexta-feira (4), na aldeia Piaraçu, localizada na Terra Indígena Capoto-Jarina, em São José do Xingu. O Palácio do Planalto não oficializou um convite ao chefe do Executivo estadual, que descartou qualquer tentativa de se fazer presente sem ser chamado.
“Toda vez que ele [Lula] veio aqui eu fui convidado, mas nós não fomos convidados para esse evento”, declarou Mendes à imprensa. “Se ele não me convida para o evento, não sou enxerido. Você vai a um evento que não é convidado? Não. Ninguém vai”, completou.
Mauro Mendes evitou especular se a falta de convite seria um boicote em função de sua aproximação com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), principal opositor de Lula. O governador defendeu que essa questão deve ser esclarecida pelo governo federal.
“Quem tem que explicar isso é o governo federal. Toda vez que vou a um município, convido o prefeito. Eu não fui convidado para esse evento”, afirmou.
Em meio à visita presidencial, Mendes viajou para São Paulo, evitando estar em Mato Grosso durante a passagem de Lula. A expectativa é que o governador participe do ato convocado por Bolsonaro pela anistia aos investigados dos atos de 8 de janeiro de 2023, que será realizado no próximo domingo (6), na Avenida Paulista.
Condecoração a Raoni
Durante o encontro na aldeia Piaraçu, Lula concederá ao cacique Raoni a medalha Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito. A honraria é entregue a cidadãos brasileiros, estrangeiros e instituições que prestam serviços relevantes à população.
O evento também será marcado por debates sobre a preservação ambiental e os direitos dos povos indígenas. A visita de Lula à terra de Raoni era uma demanda antiga. Em outubro do ano passado, o líder indígena foi ao Palácio do Planalto de surpresa na tentativa de conversar com o presidente, mas não foi recebido.