
Médico preso
“Ele era muito possessivo com ela”: mãe relata controle e ciúmes do médico que matou adolescente de 15 anos em Guarantã do Norte
“Ele era muito possessivo com ela. Eu nunca aprovei esse relacionamento, nunca apoiei isso, mas ela nunca me escutou.” A declaração é de Luciana de Souza, de 39 anos, mãe da adolescente de 15 anos assassinada com um tiro na cabeça pelo namorado, o médico Bruno Felisberto, de 29 anos. O crime chocou a cidade de Guarantã do Norte (MT) e reacendeu o alerta para casos de feminicídio entre jovens.
Luciana conta que o comportamento controlador do suspeito era visível desde o início do namoro, iniciado cinco meses antes do crime. “Eles brigavam muito. Isso todo mundo sabia, porque as brigas eram na frente das pessoas”, relatou a mãe em entrevista ao UOL. Ela chegou a tirar a filha da cidade e levá-la de volta para Cachoeira da Serra (PA), mas a adolescente insistiu em manter o relacionamento e retornou para Mato Grosso, onde passou a morar com Bruno.
O assassinato ocorreu no último dia 3 de maio. Bruno foi preso dois dias depois e confessou o crime, mas alegou que o disparo foi acidental. Segundo ele, os dois estavam voltando de um passeio quando a jovem teria pedido para dirigir e sentado no colo dele. O médico então teria manuseado a arma, acreditando estar desmuniciada, e o tiro foi disparado. Ele afirmou que levou a vítima ao hospital imediatamente, mas ela não resistiu.
A mãe, porém, não acredita na versão apresentada por Bruno e afirma que a filha estava sendo submetida a um relacionamento abusivo.
“A maior saudade que tenho é de vê-la sorrindo. Ela amava cuidar das irmãs pequenas, era cheia de vida, carregava um sorriso lindo. Espero que a justiça seja feita.”
A Polícia Civil investiga o caso como feminicídio, e o inquérito está em andamento.