
O empresário João Dorileo Leal, dono do Grupo Gazeta e candidato à presidência da Federação Mato-grossense de Futebol (FMF), desmentiu neste sábado (3) a versão oficial divulgada pela entidade de que sua chapa, “Federação para Todos”, teria desistido da disputa. A declaração contraria o que foi anunciado publicamente pela FMF, que afirmou que a chapa se retirou da eleição por meio de seu advogado.
Em entrevista ao site RepórterMT, Dorileo classificou a declaração da entidade como “mentirosa” e acusou a atual gestão da federação de tentar manipular a narrativa em meio ao impasse jurídico que suspendeu o processo eleitoral.
“Eles não estão sendo honestos. Estão fazendo uma coisa que não tem nexo, não tem sentido. Foi proibida a eleição. Falar que nós retiramos… retirar o quê, se não tinha eleição? Se foi suspensa pela Justiça? Estão criando factoide”, afirmou o empresário.
Contradição
Mais cedo, o advogado da chapa, Eduardo Costa e Silva, havia declarado à imprensa que o grupo se retiraria da eleição por não concordar com a condução do processo. Segundo ele, a troca da comissão eleitoral e a inclusão da Associação Camponovense Celeiro de Futebol (ACCF) no colégio votante comprometeram a legitimidade da disputa.
“Destituíram a comissão instalada, que é o CBMA [Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem], instituíram uma nova comissão em assembleia interna. […] Nesse momento, a chapa Federação Para Todos se retira, juntamente com as agremiações que apoiam”, disse Eduardo em vídeo.
Liminar suspendeu eleição
A eleição estava prevista para acontecer neste sábado, mas foi suspensa por decisão liminar da juíza Glenda Moreira Borges, da Vara Cível de Cuiabá. A ação foi movida pela própria ACCF, que denunciou supostas irregularidades como fraude documental, violação do estatuto e favorecimento ao atual presidente Aron Dresch, que tenta seu terceiro mandato consecutivo.
Mesmo com a suspensão judicial, a FMF realizou uma assembleia interna e anunciou nova data para o pleito: sábado, 10 de maio. Em nota, a entidade afirmou que a nova comissão eleitoral está formada e que os atos foram registrados em vídeo para futura apresentação judicial.
A federação ainda afirmou que representantes da chapa de Dorileo participaram da reunião, recusaram-se a assinar a ata e declararam a desistência — versão agora contestada pelo empresário.
Chapa segue na disputa
A “Federação para Todos” alega que continua no processo eleitoral, mas exige a realização de uma nova eleição, nos moldes determinados pela Justiça. O grupo aguarda os desdobramentos judiciais antes de decidir os próximos passos.
O clima de instabilidade e troca de acusações aprofunda a crise política na FMF e coloca em xeque a transparência da entidade na condução do processo eleitoral. A expectativa é de que o Tribunal de Justiça de Mato Grosso se manifeste nos próximos dias sobre a validade da assembleia realizada e a legalidade da nova data marcada para a eleição.