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No total, foram cumpridos cinco mandados de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão domiciliar, expedidos pela Vara Única de Apiacás.
A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou, nesta quinta-feira (16.4), a Operação Patrono do Crime, com o objetivo de cumprir mandados judiciais contra integrantes de uma facção criminosa envolvidos em diversos crimes, incluindo organização criminosa, associação para o tráfico, fraude processual, falsidade ideológica, favorecimento pessoal e comércio ilegal de armas.
A ação, coordenada pela Delegacia de Apiacás, tem como principal alvo um advogado de Várzea Grande, investigado por fazer parte da facção. Também foram alvos da operação quatro detentos — dois homens e duas mulheres — que cumprem pena na Penitenciária Central do Estado (PCE) e no Presídio Ana Maria do Couto.
No total, foram cumpridos cinco mandados de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão domiciliar, expedidos pela Vara Única de Apiacás.
A operação contou com o apoio da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Draco, Core, delegacias de Paranaíta, Apiacás e Núcleo de Inteligência de Alta Floresta, além da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco). Os trabalhos foram acompanhados pela OAB.
O advogado da facção
Segundo as investigações, o advogado não apenas prestava assessoria jurídica aos criminosos, como atuava diretamente em atividades da facção. Entre as condutas ilícitas atribuídas a ele estão:
- Venda ilegal de armas de fogo
- Consulta de pessoas a mando da facção, para verificar se pertenciam a grupos rivais
- Resgate de drogas antes da chegada da polícia, atuando como intermediário entre os presos e outros membros do grupo
- Recuperação de veículos roubados, cobrando das vítimas para devolver os automóveis furtados pela própria facção
Fichado por outras confusões
O histórico do advogado é extenso. Em fevereiro deste ano, ele foi flagrado tentando entrar na PCE com 1,2 kg de cigarros escondidos no forro do paletó. Já em junho de 2023, foi levado à delegacia após ameaçar um promotor de Justiça durante uma sessão do Tribunal do Júri, em Lucas do Rio Verde.
Outro episódio que chamou atenção foi quando ele articulou a gravidez de uma detenta, com o objetivo de obter prisão domiciliar para ela. A estratégia fracassou, e a reeducanda deu à luz dentro da penitenciária.
Por que “Patrono do Crime”?
O nome da operação ironiza o papel do advogado, que usava seus conhecimentos jurídicos e prerrogativas profissionais não para defender direitos, mas para blindar e favorecer a atuação de uma organização criminosa — o oposto do que se espera da advocacia.
A ação faz parte do planejamento estratégico da Polícia Civil dentro da Operação Inter Partes, vinculada ao programa Tolerância Zero do Governo do Estado, que visa intensificar o combate às facções criminosas em Mato Grosso.