
Portrait of a young woman bricklayer building a wall at construction site. Female mason worker working at construction site.
Nos últimos dez anos, a presença feminina na construção civil tem se expandido significativamente, refletindo uma mudança cultural que visa promover a diversidade e a inovação. Embora a participação das mulheres ainda seja modesta, com 2,5% da força de trabalho no setor, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), no Centro-Oeste o cenário é mais promissor, com 5,6% de mulheres no setor, um avanço expressivo em relação à média nacional.
A trajetória de mulheres como Fernanda Trevisol, engenheira e gestora de obras da MRV em Mato Grosso, exemplifica a transformação. Fernanda iniciou sua carreira como estagiária em 2011 e, após uma década de dedicação, chegou a um cargo de liderança. “A construção civil sempre foi vista como um ambiente masculinizado, mas a competência e os resultados falam mais alto. Hoje, vejo com orgulho as engenheiras que começaram comigo crescendo na profissão”, afirma Fernanda.
Esse crescimento não se limita aos números. Mulheres como Marina Parra, engenheira de 27 anos, que hoje lidera uma obra importante em Várzea Grande (MT), relatam o impacto positivo das referências femininas no setor. “Ter uma mulher como líder fez toda a diferença para mim. Enfrentar os desafios ligados ao gênero tornou-se secundário ao ver que minha gestora era a Fernanda. Isso me permitiu focar no trabalho”, conta Marina, que já acumula cinco empreendimentos no currículo da MRV.
A presença feminina no canteiro de obras não só contribui para uma maior diversidade de perspectivas, como também impacta diretamente na produtividade e inovação. De acordo com o Instituto Ethos, empresas com mais diversidade de gênero em posições de liderança têm 27% mais chances de alcançar resultados financeiros acima da média, o que demonstra a importância da inclusão para o desempenho organizacional.
Para Fernanda, a chave para o crescimento está no aprendizado contínuo. “O conhecimento técnico e a experiência contam mais do que qualquer preconceito. Invista em aprendizado contínuo e se torne referência na sua área”, aconselha ela, com base em sua experiência. Esse tipo de visão é compartilhado por Marina, que destaca que as mulheres estão cada vez mais competentes para ocupar espaços no setor.
Empresas como a MRV&CO, que atualmente conta com 46% de mulheres em sua liderança, são exemplos claros do impacto positivo da diversidade. Elas não apenas garantem mais igualdade, mas reconhecem que a diversidade de gênero é essencial para aumentar a produtividade e inovação, criando um ambiente de trabalho mais dinâmico e eficiente.
Com a implementação de políticas mais estruturadas de inclusão e a crescente aceitação de mulheres em cargos de liderança, a construção civil está dando passos importantes em direção à equidade. O setor, embora com desafios, está cada vez mais abrindo portas para o potencial feminino, criando um futuro mais inclusivo e produtivo para todos.
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