
Sem citar o nome de Perri, Ranalli questionou a atuação de certos membros do Judiciário, acusando-os de defender práticas que, segundo ele, beneficiam criminosos
O vereador de Cuiabá, Rafael Ranalli (PL), fez duras críticas à ação das polícias e ao Judiciário de Mato Grosso, destacando que as tentativas de conter a atuação das facções criminosas no estado são ineficazes. Durante uma coletiva de imprensa na terça-feira (18), Ranalli classificou as ações das autoridades como “enxugar gelo”, afirmando que, apesar da atuação das forças de segurança, as facções estão cada vez mais enraizadas na sociedade.
“A gente é refém desses vagabundos, das facções, cada vez mais inseridas em vários contextos da sociedade. Infelizmente, é isso que a gente vive com uma Justiça que não pune direito”, declarou Ranalli. Em sua fala, o vereador disparou críticas indiretas ao desembargador Orlando Perri, supervisor do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e Socioeducativo de Mato Grosso (GMF-MT), que tem se destacado no acompanhamento da situação dos presídios no estado.
Sem citar o nome de Perri, Ranalli questionou a atuação de certos membros do Judiciário, acusando-os de defender práticas que, segundo ele, beneficiam criminosos. “Ele defende progressão de pena, defende tornozeleira. Sim, está na lei, mas o que eu questiono é a lei. A gente está aqui para isso”, disparou o vereador, que também criticou os deputados federais por, segundo ele, não estarem fazendo o suficiente para combater o problema das facções.
Ranalli comparou a situação da impunidade com o caso de uma mulher presa por vandalismo durante os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, que foi condenada a 17 anos de prisão por ter pintado uma estátua da Justiça com batom, uma comparação que gerou polêmica em sua fala. “Você prende e a Justiça solta. […] A impunidade que esse país sofre… aí o governador tenta os projetos de Tolerância Zero, que eu acho que deveria ser mais intolerante ainda, porém chega na Justiça, toma dois anos”, afirmou o vereador, ressaltando a disparidade nas penas aplicadas.