
Uma mulher que participava de uma audiência judicial on-line como vítima de violência doméstica estava, na verdade, sendo mantida em cativeiro pelo agressor. Durante a sessão, ela conseguiu enviar mensagens para a Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF), informando que estava sendo coagida pelo homem investigado no caso.
Assim que recebeu o alerta, uma servidora da DPDF notificou o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT). A promotora de Justiça de Violência Doméstica do Recanto das Emas, Jediael Ferreira, relatou a gravidade da situação. “A vítima estava aterrorizada. Apesar de dizer que estava tudo bem, quando entrou na audiência, ela fez um ‘não’ com a cabeça”, afirmou.
Antes da audiência, a mulher conseguiu enviar sua localização em tempo real, mas logo depois a mensagem foi apagada. “Acreditamos que ele pegou o celular dela. Pouco depois, mensagens foram enviadas afirmando que eles haviam se reconciliado e que a audiência não era mais necessária, mas a defensora insistiu para que a sessão acontecesse”, explicou Jediael.
A audiência estava marcada para a tarde de terça-feira, e as mensagens de alerta chegaram à defensora pouco antes do início da sessão. “Foi uma surpresa para nós quando ela entrou no link”, acrescentou a promotora.