
Angélica Saraiva de Sá, conhecida como “Angéliquinha”, foi condenada a 99 anos e 11 meses de prisão em regime fechado pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e por integrar organização criminosa. O julgamento ocorreu na quinta-feira (27), no Tribunal do Júri da comarca de Nova Monte Verde, a 968 km de Cuiabá. Angélica não poderá recorrer da sentença em liberdade.
O crime
Segundo o Ministério Público, Angélica e outros 14 denunciados assassinaram Alan Rodrigues Pereira, 36, Caio Paulo da Silva, 31, Jefferson Vale Paulino, 27, e João Vitor da Silva, 19. Os homicídios ocorreram em agosto de 2022 e foram praticados com extrema crueldade, incluindo tortura antes da execução em uma fazenda da região.
As vítimas, que eram trabalhadores vindos do Paraná para atuar em obras de pavimentação asfáltica, foram erroneamente identificadas como membros da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Duas delas foram rendidas em uma residência e torturadas até confessarem, sob coerção, uma suposta ligação com a facção. A líder criminosa, Angélica, ordenou a execução imediata e mandou buscar as outras duas vítimas no alojamento onde estavam hospedadas.
Alan e João Vitor foram mortos por esgorjamento, enquanto Caio Paulo e Jefferson faleceram devido a traumatismo craniano grave.
Decisão judicial
O Conselho de Sentença acatou a tese do promotor de Justiça Cleuber Alves Monteiro Junior, que demonstrou que o crime foi cometido por motivo torpe, com extrema crueldade e sem chance de defesa para as vítimas. A condenação imposta a “Angéliquinha” reforça a gravidade dos atos praticados.
Histórico criminal de ‘Angéliquinha’
Angélica Saraiva de Sá já possuía um longo histórico criminal. Em 2017, foi presa em Rio Verde (GO) sob a acusação de liderar uma quadrilha envolvida em roubos, tráfico de drogas e homicídios na cidade de Alta Floresta (MT). Na época, ela conseguiu liberdade por um erro no sistema judiciário, apesar de haver mandados de prisão preventiva contra ela.
Em 2015, foi alvo de uma operação da Polícia Civil de Alta Floresta, que desarticulou sua organização criminosa, responsável por uma série de homicídios, roubos de veículos e aliciamento de menores para atividades criminosas.