
Entre os materiais apreendidos, os investigadores identificaram um adolescente de 12 anos, portador de paralisia cerebral, como uma das vítimas.
A Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI), deflagrou na manhã desta quinta-feira (27) a segunda fase da Operação Spotlight. O alvo da ação foi um homem investigado por crimes de produção e armazenamento de material pornográfico infantil.
As ordens judiciais, expedidas pela Comarca de Várzea Grande, foram cumpridas com apoio da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec). Durante as buscas, foram encontrados diversos arquivos de mídia contendo imagens ilícitas, levando à prisão em flagrante do suspeito.
Denúncia e investigação
A investigação teve início após o recebimento de sete denúncias do National Center for Missing & Exploited Children (NCMEC), entidade norte-americana que monitora crimes de abuso infantil em plataformas digitais. As denúncias foram encaminhadas pelo sistema Rapina da Polícia Federal à DRCI, que identificou o envolvimento do suspeito nos crimes.
Entre os materiais apreendidos, os investigadores identificaram um adolescente de 12 anos, portador de paralisia cerebral, como uma das vítimas. O menino é filho da mulher com quem o investigado mantinha um relacionamento.
Conforme apontam as investigações, o suspeito aproveitava momentos em que a namorada cuidava do filho para produzir imagens ilícitas. O material foi armazenado e compartilhado em plataformas como Pinterest, Instagram e Google Photos, em diferentes ocasiões, indicando uma repetição dos crimes.
Gravidade do caso e continuidade das investigações
O delegado titular da DRCI, Guilherme Berto Nascimento Fachinelli, enfatizou a importância da operação para interromper o ciclo de violência.
“A segunda fase da Operação Spotlight é mais um esforço da Polícia Civil de Mato Grosso no combate ao abuso sexual infantil na internet. Casos envolvendo vítimas com deficiência exigem uma resposta ainda mais rigorosa do Estado. Não se trata apenas de punir, mas de interromper ciclos de violência silenciosa que se escondem por trás das telas”, destacou o delegado.
As investigações seguem sob sigilo, com análises mais aprofundadas do material apreendido. A Polícia Civil não descarta a possibilidade de identificar novos envolvidos ou outras vítimas.
Nome da operação
O nome Spotlight faz referência à investigação jornalística do jornal The Boston Globe, que revelou casos de abuso sexual infantil encobertos por redes de poder. A escolha reforça a ideia de trazer à luz crimes sistematicamente ocultados, como ocorre no ambiente digital.