
A mobilização, que ganhou apoio do Moto Clube Mato Grosso, visa chamar a atenção de plataformas como iFood, Uber Flash e 99 Entrega.
Nos dias 31 de março e 1º de abril, motociclistas de Cuiabá e outras cidades brasileiras se unirão para uma paralisação nacional, com o objetivo de exigir melhores condições de trabalho e um reajuste nas taxas cobradas pelos aplicativos de entrega. A mobilização, que ganhou apoio do Moto Clube Mato Grosso, visa chamar a atenção de plataformas como iFood, Uber Flash e 99 Entrega.
Com o apoio oficial do Moto Clube Mato Grosso, que lançou a campanha “O BRASIL VAI PARAR” em suas redes sociais, os motoboys esperam sensibilizar as plataformas sobre as dificuldades enfrentadas diariamente, como as “condições insalubres” de trabalho e a “baixa remuneração”. A expectativa é que a paralisação tenha impacto em várias cidades, sendo que em Cuiabá, cerca de 3 mil entregadores estão confirmados para aderir ao movimento.
https://www.instagram.com/reel/DH0orflRhdL/?utm_source=ig_web_copy_link&igsh=MzRlODBiNWFlZA==
A mobilização se concentra em um dos maiores desafios enfrentados pelos entregadores: os baixos valores pagos por quilômetro rodado. Em Cuiabá, a remuneração atual é de apenas R$ 1,50 por entrega de alimentos e R$ 4,50 para o transporte de passageiros, valores que, segundo os motoboys, não são ajustados há três anos. João Gabriel Patriota Muniz, presidente da Associação de Entregadores de Aplicativo, destacou que o aumento dos custos com combustível, peças e outros itens essenciais tornou a situação insustentável.
O clima quente de Cuiabá, é um dos motivos da reivindicação, os motoristas trabalham em condições ainda mais insalubres. A paralisação é justamente para chamar a atenção dos aplicativos, eles apontam que tudo subiu – o valor do combustível, das peças, dos pneus, do telefone e que está difícil trabalhar com os valores atuais.
A mobilização também exige uma série de melhorias, como o reajuste da taxa mínima por entrega, ajustes nas rotas agrupadas, redução do tempo de espera nos estabelecimentos e o fim da coleta dupla. Além disso, os motoboys pedem a criação de pontos de apoio, a diminuição da parada técnica e a implementação de rotas mais curtas para bicicletas.
A Associação Brasileira dos Bares e Restaurantes em Mato Grosso (Abrasel) já orientou os empresários do setor a reforçar suas equipes e pedir que os clientes retirem seus pedidos diretamente nos estabelecimentos durante os dias de paralisação.
A expectativa é que a greve ganhe força e que a pressão sobre as plataformas de entrega leve a uma mudança nas condições de trabalho e remuneração dos motoboys em Cuiabá e em todo o Brasil.