
“Por isso, no calor do momento, cheguei a cometer aquele ato tão desprezível. Posso assegurar que não foi nada premeditado”, escreveu.
Débora Rodrigues dos Santos, de 39 anos, enviou uma carta ao ministro Alexandre de Moraes em outubro de 2024, antes de ser julgada pela 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). A cabeleireira, presa desde março de 2023, foi condenada a 14 anos de prisão por ter pichado com batom a estátua “A Justiça” durante os atos de 8 de Janeiro.
No documento, anexado à Ação Penal 2508 e tornado público nesta quarta-feira (26), Débora afirmou que acreditava estar participando de uma “manifestação pacífica” e disse repudiar o vandalismo. Segundo ela, a pichação foi um ato impulsivo.
“Por isso, no calor do momento, cheguei a cometer aquele ato tão desprezível. Posso assegurar que não foi nada premeditado”, escreveu.
Débora relatou o sofrimento dos filhos menores, que, segundo ela, “choram todos os dias” por sua ausência. “É um castigo e uma culpa que vou lamentar enquanto eu viver”, desabafou.
Ela também afirmou ter pouco conhecimento sobre política e desconhecer a importância da estátua. “Se eu soubesse, jamais teria a audácia de sequer encostar nela. Minha intenção não era ferir o Estado Democrático de Direito, pois sei que ele é a base de uma nação”, justificou.
A cabeleireira encerrou a carta dizendo ter esperança de que sua “demonstração sincera de arrependimento” fosse levada em consideração. No julgamento, porém, Alexandre de Moraes votou pela condenação.