
Segundo a tradição, forasteiros que provam da cabeça do pacu estão condenados a fincar raízes em terras cuiabanas.
Dizem que quem come a cabeça do pacu nunca mais sai de Cuiabá. E se for homem solteiro… pode preparar o terno: vai casar com uma cuiabana! A história é antiga, passada de geração em geração, e se tornou um verdadeiro patrimônio oral da capital mato-grossense.
O pacu é um peixe de escamas muito comum nos rios da região, especialmente no Rio Cuiabá. Seu sabor é tão marcante que muitos o consideram até melhor que o famoso pirarucu. E sua cabeça? Ah, essa carrega uma mística irresistível.
Segundo a tradição, forasteiros que provam da cabeça do pacu estão condenados a fincar raízes em terras cuiabanas. Não adianta lutar contra: ou se apaixona pela cidade, ou por alguém que nela vive — e o resultado é sempre o mesmo: permanência garantida.
📜 A lenda é tão forte que já rendeu até história real (ou quase isso)…
Nos anos 1940, durante a disputa presidencial entre o Brigadeiro Eduardo Gomes e o Marechal Dutra, um jovem engenheiro nordestino, noivo de uma baiana, se viu no meio de uma mesa cuiabana, no antigo Bar Sargentini. Entre piadas e provocações, ele desafiou a superstição:
“Vou comer a cabeça de pacu hoje mesmo! Essa lenda é besteira!”, disse ele, convicto de que em breve estaria de volta à Bahia, casado e comemorando a vitória de Eduardo Gomes.
Bom… o Marechal Dutra venceu. E o noivado dele? Terminou misteriosamente. O rapaz nunca mais deixou Cuiabá — e, claro, acabou casado com uma moça da terra.
🍛 A cabeça do pacu: mais que sabor, é destino
Além de ser um prato típico da culinária local, a cabeça do pacu virou símbolo de pertencimento. Comer esse pedaço do peixe vai muito além do paladar: é como assinar um pacto invisível com Cuiabá. Pode rir, duvidar ou brincar… mas quem já provou garante: é melhor pensar duas vezes antes da primeira garfada.
✨ E afinal, o que é essa tal emancipação da cabeça de pacu?
Brincadeiras à parte, essa lenda mostra como a cultura cuiabana se mistura com seus sabores, crenças e histórias. Comer peixe aqui não é só uma refeição — é quase um rito de passagem. E a cabeça do pacu… bem, ela é a parte mais poderosa.
Então, fica o aviso: se vier a Cuiabá, coma com cuidado. Ou com coragem.